PARASHÁ KEDOSHIM
mayo 11, 2019
Parashá Emor. (Español)
mayo 18, 2019
Muestra todo

Parashá de Emor (Portugues)

A Parashá de Emor começa D’us instruindo a Moshé para que ‘falasse algumas Leis que deveriam ser observadas pelos Cohanim (Sacerdotes), pelo Kohen Gadol (Sumo Sacerdote), fala de que é Ele/Eterno que santifica o povo de Israel, que não se deve profanar o Seu Nome, da santidade das ofertas, de Leis a respeito dos animais oferecidos como sacrifício, das festas religiosas, da Menorah, do Pão Sagrado e termina com a transgressão seria punida.

Muitas vezes pensamos que a Emuná/Fé vem de forma automática, ou que uma pessoa nasce ou não com Fé. No entanto para ter Fé é necessário ter ouvidos que saibam escutar, deixar-se ser instruído, confiar, estudar até que seja interiorizado de tal forma que o que foi estudado esteja sempre presente, como o respirar. Assim, o Eterno insiste com Moshé e diz: ‘Diga aos sacerdotes’ para que não se tornem impuros por uma pessoa morta a não ser que seja um parente muito próximo. Ensina assim, que não se debe cultuar a morte como faziam os Egípcios e sim a vida como Ele diz: “Eu sou o D’us de Avraham, Yitzchak e Yiacov”. D’us de Vivos e não de mortos, D’us da Vida e no Seu Santuário é lugar de vida e não de morte. David o ‘homem segundo o coração do Eterno’ no entanto não foi  autorizado a construir o Templo – ‘ בית המקדש’בית / Beit Hamiqdash.

O mais alto grau de impureza é se tornar impuro com uma pessoa que morreu. Assim sendo, quantas pessoas carregam se não um, muitos mortos na sua vida e alguns desses mortos já estão num alto grau de putrefação e não entendem porque a vida delas não muda. Carregam ressentimentos, amarguras, ódios, rejeições, não conseguem perdoar (isso não significa que terá que conviver com a pessoa que perdoou). Quando não, não conseguem controlar a língua porque fica o dia todo, quando não, perdem o sono pensando no mal que lhe fizeram e o que gostaria que acontecesse a elas. Entram num estado de ansiedade, de alerta que precisam tomar remédios por causa da depressão (nem toda depressão é por causa disso). E, sem falar no desespero que certas esposas sentem por causa do ‘marido’ que não a faz feliz sendo que ela mesma. Quando o marido chega a casa o recebe com um ar infeliz e, sem sabedoria derrama sobre ele as suas frustações e seus medos

sem dar tempo para ele se sentir feliz por ter voltado para casa. Assim como aquele marido que fala palavras sem pensar, e magoa o tempo todo sua esposa além de só fazer cobranças, sem ver todo trabalho que ela fez para o bem de todos. E, pais que ficam discutindo na frente dos filhos, achando porque são muito pequenos não entende ou são adultos e vão compreender. Jogam sobre eles ‘seus mortos’, seus medos, decepções em cima deles. Quanto peso, quanto trauma, quanta tristeza, quanta insegurança, decepção, frustação são jogados sobre os filhos todos os dias. Quantos filhos que queriam ter outros pais, e não valorizam. Não entendem que os pais fazem tudo que lhes é possível para que os filhos possam ter uma vida melhor do que eles tiveram e assim, filhos jogam seus mortos sobre os pais exigindo cada

vez mais, numa sociedade consumista. Quantos patrões que não pagam salários justos e quantos empregados que falam que o patrão não presta – Lashon Hará – e, no entanto eles mesmos não fazem a sua parte. Quantas vezes nos deparamos com pessoas que tem um alto poder aquisitivo, ou são pessoas de influencia que estão cometendo injustiças, furtando e nos calamos com medo do que elas possam nos fazer? Ficamos inertes como aquele morto que não pode falar, ou se falamos temos que enfrentar tanto desgaste, tanta dor que o preço é inestimável. Quanta morte sendo carregada todo dia, isso tudo fede e, no entanto, anestesiados e sem Fé achamos que é assim mesmo… Precisamos eliminar a morte das nossas vidas, ao menos aquelas que estão em nossas mãos, parar de profanar o que é sagrado. “Rabi Elazar o Moda’ite disse: Aquele que profana objetos sagrados, que desgraça os días festivos, que humilha seu próximo em público, que anula o pacto de nosso

Patriarca Avraham, ou que perverte a interpretação da Torá contrária à halachá – embora tenha Torá e faça boas ações, não terá seu quinhão no Mundo Vindouro.” (Pirkê Avot 3.11) .

Na Parashá é mencionando seis vezes que e é o Eterno e que nos santifica antes de mencionar as Festas. Seis fala da criação, fala de pronunciar e fazer. Primeiro cumprimos, depois vem às festas. Obedecer no nosso dia, a dia, nas entrelinhas, então quando percebemos já não somos mais nós mesmos, apesar de embrarmos do que fomos e às vezes nossa mente achar que ainda somos os mesmos. Sei  que muitas vezes não é fácil cumprir a Torá por causa dos nossos apegos, egoísmos, traumas, ou por causa de pessoas más. Contudo podemos seguir em frente com Aquele que nos santifica.

Precisamos entender que o que passou, passou. Somente temos que ter o passado nas nossas vidas como referencia para não errar mais. Temos que parar de ficar imaginando como teria sido se tivesse feito diferente. O passado Não volta mais. Acabou. Morreu. Não sou o que eu era porque tenho um caminho andado, não sou a mesma pessoa que era há dez anos. Posso mudar o meu presente e o meu futuro com a ajuda e orientação do Eterno. Não importa que a realidade diga que é o fim, não dá para mudar, não dá para jogar fora os mortos que carrego, não dá para purificar. Não é assim! E, hoje é o dia que o Eterno nos dá para recomeçar porque devemos ser Luz. A dor, a opressão, a vergonha, a desonra, tudo vai passar como muita coisa já passou. O Eterno nos dá a Emuná e nos ensina a mudar nossa Realidade, Ele nos coloca no caminho certo. Rezamos todas as manhas e dizemos que Ele liberta os presos, cura os enfermos, da vista aos cegos, veste os desnudos,

coroa Yisrael com Sua glória. É o D’us que nos Santifica. Sim, com Ele podemos ter mudada nossa realidade porque Ele nos dá pão que nos alimenta, Ele fecha e abre portas, desbarata nossos inimigos, Ele nos sustenta, nos ensina e assim podemos ir até o fim.. Com Ele nossa história pode ser mudada! Esse é um exercício de Pessach, exercício de Liberdade! A norte leva a pessoa para baixo, mas cumprir mistvot/mandamento nos liberta cria em nos serotonina, um prazer muito grande. Hoje é o dia de: teshuvá, retorno, porque podemos passo a passo eliminar o Chametz – fermento, podemos controlar yetzer hará a má inclinação, a morte da nossa vida. Hoje pode ser nossa Brit Milá, à circuncisão do coração. Um dia de novo ano – Rosh Hashaná – de introspecção e de arrependimento, nosso Yom Kippur, dia de perdão. Dia de Pessach de Redenção e assim começamos há contar os dias (ômer) para o casamento, O recebimento da Torah, é dia de gravar a Torá no nosso coração, na nossa mente e na nossa boca. Dias também de Sucot de desapego, de

cura. Dia de Colheitas, de devolver para o Eterno o melhor que temos, cuidando também dos pobres e estrangeiros e recebendo do vinho novo, do mel e do melhor trigo. E assim, nossa Menorah terá do óleo puro, como o Profeta Isaias 58 diz que a luz da salvação do Eterno brilhará como o sol e ficaremos curados, Ele nos guiará e protegerá por todos os lados, se gritarmos por socorro Ele dirá: ‘Eu estou aqui!’, e a escuridão que vivemos se transformará como a luz do meio dia. Seremos um jardim bem regado porque podemos comer dos Paes sagrados que estão expostos sobre a mesa de ouro puro na presença do Eterno, um lugar sagrado. Um dia de Shabat!

E, está escrito na Parashá, um israelita filho de um egípcio casado com uma mulher israelita, blasfemou e amaldiçoou o Nome de D’us e por isso foi morto fora do acampamento a por apedrejamento de todo povo, depois da imposição de mãos dos que ouviram a blasfêmia. Isso me faz lembrar uma experiência que tive:

‘Em um período da minha vida morei num pequena e aconchegante cidade do Estado de Mato Grosso. Tinha como hábito, ao entardecer, fazer caminada passando sempre, pelos mesmos lugares. Em um desses dias comuns, olhei do outro lado da rua e vi um bar (lugar que vende bebidas, petiscos, cigarros) com musica alta, aquela musica que falam de amores desfeitos e tristeza. Mas, naquele dia o que me chamou atenção foi o nome do bar ‘Kadosh’. Quando li deu no meu coração uma dor tão grande, um temor como nunca antes, nem depois senti de ver um dos Nomes do Eterno ser profanado. Veio um tipo de revolta misturada desespero então, movida por um impulso forte atravessei a rua e fui até o bar. O local não condizia com o nome e quando cheguei bem na porta tinha um grande tapete com o nome do bar impresso (Kadosh) onde as pessoas pisavam nele. Aquilo me deixou mais desesperada. Solicitei para falar com o dono do bar. Fui informada que a pessoa não estava e que era uma pessoa religiosa por isso colocou aquele nome no bar. Expliquei para a pessoa o que estava sentindo e que porque pensava que o nome não condizia com o local. Solicitei que explicasse tudo para a dona do bar, deixei meu contato e sugeri que ao menos tirasse o tapete do chão, etc. A funcionaria disse que transmitiria o que disse a dona do bar. Sai dali e continuei minha caminhada. Já tinha passado tantas vezes por ali, lido o nome e nunca senti nada igual. A dona do bar nunca me procurou nem tirou o tapete de lá. Quando cheguei em casa, aquele sentimento havia passado. Não me incomodava mais. Nesse período eu ficava um tempo naquela cidade e outro tempo em outra cidade.

Um tempo depois, no retorno de uma viagem quando fui fazer minha caminhada percebi que o bar havia fechado. Fiquei sabendo que a dona do bar sofrerá um acidente e morreu. Não estou dizendo que ela morreu por causa disso ou daquilo, só o Eterno sabe. Só sei que através daquele bar e de um dos Nomes do Eterno, eu tive um sentimento de temor que nunca havia sentido antes, só o conhecia de conceitos e ouvir dizer. ’

Uma vez um juiz perguntou: Como você concilia o olho por olho, dente por dente com amar o próximo como a ti mesmo? A conclusão que chegamos meu marido e eu é que é totalmente viável como no caso do Réu que cumpre sentença na penitenciaria (olho por olho), no entanto na penitenciaria ele é tratado com ética – Amar o próximo como a ti mesmo.

Parecia que estávamos condenados à morte, sem saída, mas o Eterno está transformando nossas vidas, e hoje como um milagre, estamos aqui. O Eterno, bendito seja Ele, procura de todas as formas, nos envolver com seus braços de amor, nos ensina, nos ajuda de todas as formas, nos dá mistvot e dias festivos que ajudam e ajudam nosso povo crescer em santidade. Podemos nos santificar, mas é o Eterno que nos dá a kedusha quando nos achegamos a Ele. Torá chaim!

13 Iyar 5779
Anizia Ferreiro

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