Haftarat Vayerá
octubre 25, 2021
CHAIÊ SARAH (ES)
octubre 31, 2021
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CHAIÊ SARAH (POR)

HAFTARÁ DE CHAIÊ SARAH

(1º Reis 1:1-31))

CHAIÊ SARAH significa ‘a vida de Sarah’ ou segundo os cabalistas ‘as vidas de Sarah’’

                                     A Parashá começa falando a morte de Sarah e a compra de uma sepultura para enterra-la por nosso patriarca Abraão/Avraham. Continua a Parashá com Avraham mandando seu servo buscar uma esposa para Isaque/Yitschac e o encontro do servo de Abraão com Rebeca/Rivcá. No capítulo 25 do livro de Gênesis Abraão se casa com Queturá e tem filhos com ela. Em seguida é mencionado a morte de Abraão e encerra a Parashá com os descendentes de Ismael.

                                     Na Haftará, segundo a tradição, o autor do livro de Reis é profeta Jeremias e o cenário é Israel/Judá, período da monarquia que vai dos últimos dias de David e o exilio da Babilônia. 

                                     A Torá interpretada do Rabino Samson, pg. 563 fala do contraste entre o lar de Avraham e do Rei David. Este vive num palácio e aquele em tendas, mas ambos se preocupam com sua descendência.

                                     A Haftará começa mencionando a velhice do rei Davi e o problema que ele tinha para ficar com seu corpo aquecido. Para resolver essa questão ele se casa com uma moça formosa e virgem, mas não a possui. Hoje chamaríamos de casamento por conveniência onde ambos os lados tem seus benefícios.

                                     Segue a Haftará com o filho do rei David, Adonias, se intitulando rei. Com esse fato, Batsheva reivindica ao Rei David o trono para seu filho Salomão conforme promessa do Eterno a David quando disse:

” … portanto, Salomão será o seu nome, e paz e descanso darei a Israel nos seus dias. Ele edificará uma casa ao meu nome, e me será por filho e eu lhe serei por pai, e confirmarei o trono de seu reino sobre Israel para sempre “(I Crônicas 22:9b-10). O rei Davi lembra-se disso e promete a Batsheva que Salomão será rei.

                                     Morte e vida se entrelaçam. Quantos anos de vida temos? Costumamos dizer que temos por ex. 63 anos. Uns creem que esse dizer não está correto porque os 63 anos que digo que tenho, na verdade já passou, não tenho. No entanto esta Parashá nos ensina que este dizer ‘eu tenho’ está correto. Sara viveu cem anos, vinte anos e sete anos. Totalizando 127 anos de idade. Nossos sábios explicam que esses dados são as fases diferentes que Sara viveu: 7 anos sua infância. Até os 20 anos, a conquista da maturidade e a vida adulta durou seus últimos 100 anos de vida.

             A pergunta é, quantos anos de vida verdadeiramente temos e como queremos que nossa vida seja daqui em diante ou será que nossa vida tem sido uma vida morta! Como está nossa vida? está dentro do que o Eterno projetou para nós? O Eterno tem um projeto para cada um de nós, no entanto cabe a cada um aceitar ou não esse projeto. Existem os projetos coletivos e os projetos individuais. Você pode me perguntar, como assim? Por exemplo: As mitsvot, tem umas que são para homens, outras para mulheres, outras para ambos, aquelas para os sacerdotes e assim por diante. Se executo esse projeto depende de mim. Na essência da mitsvá tem uma promessa mesmo que cumpramos as mitsvot por amor ao Eterno e não por causa das promessas.

                                     Eu mesma já vivi muitas dessas promessas. Quando não sabia que o Judaísmo faria parte do meu futuro, lendo o Tanach algo dentro de mim se inquietava quando falava que deveria guardar o Shabat. Havia aprendido que o domingo era o dia sagrado. Depois de passada a faze da relutância interna, resolvi guardar o Shabat, de forma imperfeita, mas comecei. Quando fez exatamente um ano que estava guardando o Shabat, Bendito seja o Eterno, eu estive pela primeira vez em Yerushalayim em outubro de 1997, e lembrei o que havia lido no profeta Isaias 56:2-7

“Bem-aventurado o homem que fizer isto, e o filho do homem que lançar mão disto: que se abstém de profanar o sábado, e guarda a sua mão de cometer o mal.
E não fale o estrangeiro, que se houver unido ao Senhor, dizendo: Certamente o Senhor me separará do seu povo; nem tampouco diga o eunuco: Eis que eu sou uma árvore seca.
Pois assim diz o Senhor a respeito dos eunucos que guardam os meus sábados, e escolhem as coisas que me agradam, e abraçam o meu pacto:
Dar-lhes-ei na minha casa e dentro dos meus muros um memorial e um nome melhor do que o de filhos e filhas; um nome eterno darei a cada um deles, que nunca se apagará. E aos estrangeiros, que se unirem ao Senhor, para o servirem, e para amarem o nome do Senhor, sendo deste modo servos seus, todos os que guardarem o sábado, não o profanando, e os que abraçarem o meu pacto, sim, a esses os levarei ao meu santo monte, e os alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos.” (Isaías 56:2-7)

Sim, as Promessas do Eterno são verdadeiras, eu uma estrangeira, estava em Israel, me alegrando no Seu monte Santo.

O Eterno prometeu que não faltaria descendentes para nossos Patriarcas, e com o Rei David não seria diferente. Muitas vezes não é o descendente que a lógica humana escolhe, mas sim aquele que tem um coração ligado ao Eterno, que tem um preparo, que tem uma promessa. No entanto alguém olhando para o raciocínio pode achar que pode fazer o seu futuro. Até pode, no entanto isso não permanece. Tem um ditado que diz, um propõe e Hashem dispõe.  Adonias, herdeiro legítimo do Rei fez isso, se auto proclamou rei com apoio de muitas autoridades. No entanto, não era o que o Eterno tinha planejado. Havia uma promessa para Salomão. O interessante aqui é que Salomão não precisou ir lá e reivindicar o trono, não precisou se indispor com seu irmão. O Eterno levantou Natan para alertar a mãe de Salomão.

Às vezes isso acontece conosco nos dois sentidos. Ora planejamos fazer algo e perdemos um tempão, as vezes até gastamos muito dinheiro para obter algo. Nos desgastamos, sofremos, lutamos, no entanto isso nunca foi o que o Eterno deseja para nós. Não consultamos ao Eterno sobre o assunto, como está escrito em Isaias 55:8 “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Eterno’. 

Queremos fazer algo em que não fomos suficientemente preparados para fazer e assim usurpamos aquilo que é de outro. Quantas vezes damos palpites naquilo que não entendemos nada, não estudamos o assunto na profundidade. No entanto, se há uma Promessa para nossa vida, não importa o quanto lutem contra nós, o Eterno levantará Natans e Batshevas para lutarem por nós. 

 O Eterno sabe o caminho. Conhece a melhor rota para nossas vidas por isso levanta pessoas para prometerem algo para nós de acordo com o coração do Eterno. 

Buscar, confiar e obedecer ao Eterno é o segredo. A morte pode se transformar em vida. Antes tínhamos profetas físicos para consultar qual é o melhor caminho, etc. Hoje temos o Tanach, temos os sábios, enfim, temos o principal: o Eterno que apesar de nossa teimosia, nos conhece pelo nosso nome. No entanto eu rezo que o Eterno restaure a Escola Profética em nossos dias.

Não podemos nos perder entre nossas ideias e as orientações do Eterno com disse o Rabi Baruch uma vez: ‘- Como o mundo é claro e belo, quando não nos perdemos nele, e com é escuro o mundo quando nos perdemos nele.’ (Histórias do Rabi, pg.139). Agora, nunca foi dito que o caminho entre a promessa e o cumprimento dela é fácil. Umas sim, outras tem o tempo de preparo. Às vezes o preparo é doloroso, que o Eterno nos livre disso. Rabi Akiva e seus colegas sofreram tempos de perseguição e sofrimentos por causa de um propósito maior. Apesar de tudo Akiva não desistiu. Pessoas tentaram o barrar e até mesmo uma praga que matou 24.000 dos seus alunos. Ele não desistiu. O Rei David fez guerras, acumulou riquezas, mas seu filho Salomão é que construiu o Templo. Depende para quem é a promessa. Alguns nasceram para ser reis, outros servos. No entanto todos nós o Eterno nos fez Reis, Profetas e Sacerdotes. 

Não importa a idade, sempre é tempo para recomeçar somente não podemos esquecer de pedir ao Eterno se estamos no centro da Sua amorosa vontade. Uma das formas de fazer isso é através da reza pessoal e da emuná. 

Como desenvolver a emuná, crer que o Eterno me ama, que o que       Ele quer para minha vida é bom? No livro Jardim da emuná pg. 225 nos diz:

“1. Falar com Hashem diariamente instila emuná no coração.

 2. Ter reza pessoal atendida reforça imensamente a emuná.

 3. A reza pessoal é uma importante ferramenta para o crescimento pessoal. Construímos emuná quando superamos nossos próprios traços negativos, e vice-versa.

4. Hashem irradia verdade e emuná no coração daqueles que Lhe agradecem diariamente.

5. Se confessamos nossas transgressões diariamente a Hashem por meio de reza pessoal, conseguimos o reconhecimento de que tudo o que Hashem faz é para o nosso melhor.”

Tudo isso ele comenta, que pode ser feita na própria língua e de preferência num mesmo horário.

Sem promessa, sem disciplina e sem emuná nossos patriarcas e matriarcas não teriam sido o que foram e hoje nós não estaríamos onde estamos. Podem passar os anos, mas o Eterno não esquece das suas promessas. David recebeu uma promessa que seu filho Salomão reinaria, ele mesmo talvez tenha esquecido disso, no entanto, o amoroso Eterno no momento certo o fez lembrado. Até para ser rei, Salomão não precisou lutar porque o Eterno prometeu que seria um reinado de paz. Que como Salomão possamos ter uma vida de emuná e paz. Que tenhamos anos de Vida em abundância. Que haja Shalom para Israel e venha a paz Mundial.

Shabat Shalom!

Anizia Ferreira/D’vorah

Cheshvan 24, 5782.

30 de outubro de 2021.

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