HAFTARÁ DEVARIM
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Haftará Vaetchanan (POR)

HAFTARÁ DE VAETCHANAN  

Shabat Shalom! 

(16 Av 5782= 13/08/2022) 

A Haftará de Vaetchanan encontra-se no livro do profeta Isaias/Yeshaiáhu 40:1-26 

Vaetchanan significa ‘e supliquei, pedir algo gratuitamente’ – de graça, não uma troca. Conforme dizem nossos sábios essa Haftará é a primeira das sete Haftarot de Consolo depois do jejum de Tishá Beav. 

A Haftará começa assim: “Consolem, consolem o Meu povo! Proclama vosso Deus”. Quem nesse tempo que vivemos não precisa de consolo? Todos precisamos em alguma área desse precioso remédio. Não importa se é criança ou idoso, homem ou mulher, rico ou pobre. Nesta geração o grito da alma é um pedido de consolo. É um paradoxo porque por um lado a ciência avança a passos acelerados e a comunicação chega em todos os lugares do mundo, no entanto a tristeza, o vazio, a depressão assola todos os lugares. Externamente sorrisos e abraços, no entanto no interior de muitas pessoas, há um grito abafado e desesperado pedindo socorro. 

A Haftará explica que o Eterno tem um povo e o ama. No entanto esse povo muitas e muitas vezes se esquece do seu amado e busca outros caminhos. Se afasta tanto, tanto, que escolhe ter outro rei na sua vida. Seguindo esse rei que parece ser mais lógico e atraente por ter prazeres mais imediatos não percebe que está entrando numa areia movediça. Aos poucos vai afundando, quando desperta a areia já chegou ao pescoço. Quanto mais nos afastamos do Eterno mais perto chegamos do abismo. No entanto o Eterno é Bom! Ele nos perdoa, nos busca, nos liberta, nos cura, nos restaura, nos consola e ainda vem e morar no nosso meio. 

Esse amor do Eterno se verifica na Parashá onde revemos o Decálogo que o Eterno deu a Moshé para nós. Desse decálogo surgiu os 613 mitsvot onde temos preceitos negativos e positivos onde todos os dias lembramos deles quando rezamos o ‘Leshem Yichud’ antes de colocar o talit. Só que não pára por aí, temos o Talmud e assim por diante. O conhecimento do Eterno é infinito e por isso cada ser humano tem ‘uma centelha do Eterno’ e com essa centelha vem um conhecimento individualizado para se transformar em luz para este mundo e fazer uma morada para o Eterno. Quando não cumprimos esse proposito nos perdemos no caminho e só através da misericórdia do Eterno que não somos mortos. 

Os profetas continuam vivos e eles clamam Boas Nova a Tsión: NÃO TEMAS, VEDE: EIS O VOSSO DEUS! Ele não pode ser comparado a nada. No entanto Ele ama o homem, ama você e eu. Só Ele pode preencher o vazio, só Ele pode mostrar o caminho certo para nós. Afinal, Ele sustentou e livrou nossos Pais dos inimigos, Bendito seja Ele, que não foram poucos, hoje também nos livra porque Ele é o mesmo sempre. Tem uma música que Eitan Katz na 

música L’maancha canta: “Apenas por Ti, nosso Deus, age, não por nossa causa, veja nossa situação pobres e vazios. A alma é Sua e o corpo: Teu trabalho, tem misericórdia da Tua obra.” 

Nossa Neshamá e a terra tem clamado por restauração. Essa restauração começa por Tsion, diz o profeta, porque sua ferida é grande. Ela passou pelo castigo, no entanto o Eterno não se esqueceu dela. É anunciado a libertação e o retorno do cativeiro. E o Eterno não é homem para que minta. Ele usa a boca de um profeta e diz que todo vale será aterrado e nivelado e que o Eterno manifestará Sua gloria em toda carne e todo olho verá. 

Em Pirkê Avot 2.4ª diz: 

“Ele costumava dizer: Cumpra a Sua vontade (a de Deus) como se fosse tua própria vontade, para que Ele cumpra tua vontade como se fosse a Sua vontade; desfaça a tua vontade por causa da Sua vontade, para que Ele desfaça a vontade dos outros ante a tua vontade.” 

O que tudo isso quer dizer? O Eterno nos criou e sabe o que é bom ou não para nós. Ele nos ama, no entanto precisamos fazer a nossa parte. 

No livro O Cuzare no diálogo 1.92 declara: 

“O Cuzare: seja cauteloso, meu amigo, para que o amor por teu povo não te afaste da verdade, exagerando nos elogios e omitindo o famoso pecado cometido no ápice das Revelações Divinas. Bem sei que, apenas de todas estas ocorrências, eles manufaturaram um bezerro de ouro e o adoraram como um ídolo.”

Temos que cuidar para que o humanismo não nos leve a idolatria. Certa vez ia numa festa e, mencionei para o Rabino Jacques onde iria e ele me disse para cuidar para não transformar aquilo numa idolatria. Depois disso, toda vez que estou num lugar tento analisar se não estou fazendo um bezerro de ouro… nem sempre é fácil discernir tendo em vista onde nascemos e da forma que fomos criados. Quando uma pessoa nasce numa tribo onde a linguagem é o Eterno, as Leis não são leis e sim costumes, um modo de vida penso que seja mais fácil. Mas isso não é motivo para desistirmos. Nem sempre as coisas são do jeito que queremos. O hoje pode ser o resultado de escolhas erradas do ontem seja por ignorância, teimosia, ou da preguiça, do orgulho, etc. Existem coisas que podemos mudar, outras não. Tudo tem um preço apesar de às vezes ser de graça. No entanto temos uma esperança, e essa esperança está no Eterno. É Ele que nos dá forças para superarmos. Se tivermos o Eterno, nunca nos sentiremos sozinhos. O consolo vem, sim ele vem. Bendito seja o Eterno que nos ajuda. 

Que haja Paz em Israel! 

Que haja Paz na Ucrânia! 

Que venha a Paz Mundial! 

Shabat Shalom! 

Anizia Ferreira