HAFTARA ITRÓ
enero 24, 2022
HAFTARÁ TERUMÁ (ES)
febrero 6, 2022
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HAFTARÁ TERUMÁ (POR)

Shabat Shalom!

 (Pato Branco/PR/Brasil – 04 Adar I – 5782 – 05/02/2022)

HAFTARÁ TERUMÁ

(I Reis 5:26-6:11)

                             Um dos significados de Terumá é uma oferta, uma doação de elevação. 

                                 Encontramos a Parashá Terumá no livro de Shemot/Êxodo 19:1 – 27:19. Começa relatando que o Eterno manda o povo a trazer ofertas para a construção do Tabernáculo, dá o projeto da Arca Sagrada/Aron Hacódesh, a Mesa/Shulchán, o Candelabro/Menorá, as Cortinas, as tábuas, o véu, o Altar dos Holocaustos e o pátio, do Tabernáculo.

                            Como vemos, a Parashá Terumá é a primeira das quatro Parashiots que fornece o projeto da Mishkan que foi construído no deserto após a saída do Egito. Antes disso o Eterno falava diretamente com ‘alguns homens’ aqueles que faziam uma aliança com Ele, pois Ele é D’us de Alianças. É como o agir de um pai com seu filho: seja para ensinar, corrigir, encorajar, prover suas necessidades, trazer juízo/Guevurá e também exercer a Misericórdia/Chessed. Enfim o Eterno quer o bem do homem, quer amá-lo. No entanto o homem como está escrito em Isaías 48:4 diz:

 “Porque Eu sabia que eras duro, e tua cerviz um nervo de ferro, e tua testa de bronze” e no versículo 8b diz “Eu sabia que procederias muito perfidamente, e eras chamado transgressor desde o ventre” e ainda completa: “Ah! Se tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos, então seria tua paz como o rio, e a tua justiça como as ondas do mar” (v.18)

 Isso acontece com todos, sejam pessoas analfabetas ou como o futurista, grande matemático Nikola Tesla que em 1898 inventou o ‘controle remoto’ e acreditava que as máquinas seriam controladas por eles. Gênios ou não, todos em alguns momentos nos afastamos do Eterno, seja conscientemente ou inconscientemente. Nosso povo viveu 400 anos no Egito e no deserto construiu a Mishkan e o carregaram por 40 anos neste deserto. Assim como depois de 400 anos o rei Shelomo, em Yerushalayim, constrói o primeiro Templo.

 O Tabernáculo foi construído com doações voluntárias e o I Templo foi construído com tributos de homens trabalhando. Em ambos o dinheiro conseguido para construção foi através de muito sofrimentos, sangue. Atendendo o desejo do homem o Eterno quer se manifestar ‘entre’ os homens. Não neles, mas em ‘Am Israel’! e não de qualquer jeito. Muitas vezes, de qualquer jeito, displicentemente agimos nós, com as Mitsvot. Resolvemos cumprir uma mitzvah sem estudar, sem entender o porquê dela existir. Simplesmente fazemos porque sentimos em nosso coração e achamos que está tudo bem. Para o primeiro passo até é aceitável, no entanto para que a mitzvah realmente seja cumprida é necessário muito mais. Com a construção do Tabernáculo nós aprendemos com nosso ‘Avino Malkenu’, nosso Pai e nosso Rei, que tudo deve ser feito conforme o projeto dEle senão não é Tabernáculo. Não se pode entrar no Santos dos Santos sem passar pelo altar dos Holocaustos. Não se pode fazer ‘na’ Arca Sagrada, uma flor que eu gosto ou a cor que prefiro.  Se não seguirmos as ordenanças, não vai funcionar. É como um quebra-cabeça que tem peças com defeitos. O Eterno não vai se manifestar. O Eterno é o Arquiteto Supremo e é exigente. No entanto, tudo o que Ele faz, visa restaurar a comunicação de Sua criatura, Seu amado povo: os aliançados com seu Criador.

                             Não importa se o Santuário é tecido ou pedras. Tem que estar conforme a vontade do Eterno. É o Seu amor manifesto para conosco porque tudo tem um propósito.

Nossos sábios contam que as árvores utilizadas para fazer o Tabernáculo no deserto foram árvores que nosso patriarca Ya’akov pediu para seus filhos plantarem quando saíram para o   Egito pois o Eterno lhe tinha falado que seriam escravos e um dia eles seriam redimidos e ergueriam um Santuário. Ya’akov não esperou o futuro. Preparou o futuro para as gerações seguintes.  O que nós estamos fazendo? Conhecemos os mandamentos de verdade, estudamos eles? O quão importantes eles são para nós? Sei que o sofrimento continuado às vezes faz que percamos o foco e nos confundamos achando que Eterno ‘não’ é nosso Pai e que não nos ouve. E, muitas vezes, para podermos sair desse estado de dor profunda, inércia e vazio não conseguimos  sozinhos: precisamos ver ‘milagres’ ou precisamos sentir que o Eterno ainda é o mesmo, através de alguém, seja por uma simples reza de pessoa, que mesmo desconhecida, que se importa conosco. Como disse o Rabino Jacques Cukierkorn

 “Assim como os dois querubins da arca estão virados de frente um para o outro, D’us está entre duas pessoas que se relacionam cara a cara, plenamente, não usando uma pessoa a outra. Aí encontra a face de D’us”.

                                  Será que temos ideia o quanto abuso há neste mundo e em nossas vidas, no casamento, na relação de pais e filhos, no comércio, no relacionamento nosso com o Eterno? Quanta dor que poderia simplesmente não existir se tivéssemos o verdadeiro temor e amor ao Eterno, a nós mesmos e ao próximo. Precisamos destruir alguns tabernáculos feitos por outras pessoas como por ex.: guardar rancor a ponto de se transformarem em raízes de amargura. Precisamos aprender a crer no Eterno quando diz “Não procurem vingança nem guar­dem rancor contra alguém do seu povo, mas ame cada um o seu próximo como a si mesmo. Eu sou o Senhor” (Vaycrá 19:18).

 Quantas vezes pessoas colocam vestimenta de bondade, mas dentro é maldade, fala da boca para fora. Certos momentos quando ouve alguém falando coisas ruins de uma pessoa chama essa pessoa de ‘fofoqueira’, no entanto, quando a própria pessoa fala coisas ruins de outros é porque é uma pessoa verdadeira, justa. Outras vezes, não tem paciência para ouvir o que os seus tem pra falar, ou se escuta, ouve armado de julgamentos que destroem; não tem tempo para visitar uma pessoa enferma ou só ajuda se for receber algo em troca. Precisamos ajustar nossa conduta conforme o padrão do Eterno, todos nós precisamos mudar. Devemos entender que ‘do’ Eterno não escondemos nada. Nosso primeiro Templo somos nós mesmos.  Rabi Akiva em Pirkê Avot (Ética dos Pais) 3:15 declara: 

“Tudo está previsto, porém foi concedida a liberdade de escolha; o mundo é julgado com bondade, e tudo é e acordo com a preponderância das (boas) ações.” 

                                            Precisamos não perder o foco e não nos deixar seduzir pelas desculpas que massageiam nosso ego dizendo para fazer coisas onde nós mesmos seremos os mais prejudicados. Às vezes, o simples desligar do celular e não ter ‘tv’ ligada no quarto horas antes de dormir resolve o problema de insônia. 

                                               Além de nós mesmos, nossa família é o lugar perfeito para sabermos quem somos no mais profundo da nossa essência.  Ali podemos perceber se somos egoístas ou generosos; se perdoamos ou jogamos a mágoa debaixo do tapete e no primeiro sinal de problemas vem tudo à tona; se agimos com sabedoria ou somos coléricos; se sabemos as diferenças racionais e emocionais entre homens e mulheres. É nela que somos amados, confrontados, corrigidos e podemos desenvolver todo o potencial que temos de exercer: paciência, carácter, sabedoria, discernimentos, boas ações, etc. Não importa a idade, temos que terminar nosso Tabernáculo, temos que parar de ficar esperando que alguém  faça nossa vida melhorar. O Eterno sempre está disposto a nos ajudar nessa tarefa. Com ajuda dEle podemos ter vida. No livro Histórias de Rabi pg. 580 comenta:

               “Contaram ao Rabi Buanam a cerca de um homem que vivia apartado do mundo. O Rabi retorquiu: – Algumas pessoas se retiram para as selvas e ficam piscando através dos arbustos pra o caso de alguém as admirar de longe.”

                                      O que precisamos entender que o Eterno nos ama! Se não o fosse porque o altar do sacrifício, porque das rezas escritas no livro ‘Selichot para o mês de Elul’ e assim por diante… 

                                               Qual é a casa que estamos edificando? o Eterno nos pergunta. Andando nos meus ou nos Seus caminhos?

                                               Na prece ao deitar-se para dormir à noite dizemos três vezes:

 “Rigzu – Tremam, e não pequem: consultem vossos corações nos vossos leitos, e sosseguem!”

                                               O Eterno confirma: ‘E habitarei no meio dos filhos de Israel, e não abandonarei o Meu povo de Israel’ (1º Reis 6:13). Nós dependemos em tudo do Eterno.  O Eterno sabe no que nos transformamos, conhece os caminhos que passamos e a assimilação que temos que não nos pertence. Por isso precisamos da Mishkan, dos Templos. Precisamos de cada utensílio, de cada detalhe, porque tudo ali fala da Redenção de si próprio, de um povo, da raça humana. Na verdade, o Eterno, nos pede oferendas voluntárias e em outros momentos ofertas tributáveis porque a oferta não é para Ele e sim para nossa elevação para que possamos ser santos como Ele é santo.

Shalom para Israel, Ucrânia! Que venha a Paz Mundial e cura para todos!

Shabat Shalom,

Baruch HaShem!

(D’vorah- Anizia Ferreira)

Adar 3, 5782 
Febrero 4, 2022

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