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Parashá Vaetjanan PT

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‘SHEMÁ ISRAEL! ADONAI É NOSSO DEUS, ADONAI É UM’

Vaetchanan – significa ‘e supliquei’, pedir algo gratuitamente – de graça, não troca.

A Parashá começa com Moshe suplicando ao Eterno para entrar na terra prometida. No entanto, o Eterno o proíbe de continuar pedindo e apenas permite que ele suba ao topo do monte e veja a terra de Israel. Ordena a Moshe que encoraje Yehosua e o fortaleça porque ele levará o povo para herdar a terra prometida. Moshe usa de palavras de persuasão para que o povo seja obediente as mitzvot e fala do exilio e o retorno do povo para Israel. São estabelecidas as cidades de refugio e Moshe faz seu segundo discurso onde recorda aos dez mandamentos lembrando ao povo que foi o próprio povo que pediu para ele ser o intermediário entre o povo e o Eterno. Temos também nesta Parashá o ’Shemá Israel’ e Moshe pede ao povo que não se esqueçam do Eterno porque encontrarão gratuitamente uma grande prosperidade. É reafirmado o pacto que fez Eterno com os nossos patriarcas onde eles terão uma terra que emana leite e mel.

Moshe suplicou tantas vezes a favor do nosso povo e sempre tocou o coração do Eterno e obteve o que pedia. No entanto, agora pede por ele, e não recebe. Ele que deixou de lado sua vida para fazer a vontade do Eterno, agora que ele poderia se aposentar e desfrutar da boa terra e de riquezas dessa terra recebe uma não como resposta. Como você reagiria a isso?  Ficaria depressivo, encheria a mente de pensamentos de rejeição, tristeza ou quem sabe, pararia de crer no Eterno?  Moshe não ficou desesperado, não reclamou, aceitou. Confiou no Eterno, não olhou para as circunstancias, obedeceu porque ele sabia que o Deus que ele servia é um Deus de Amor e sabe o que é o melhor para cada um de nós. Quantas vezes pedimos algo para o Eterno e não confiamos que ele irá nos orientar, pelo contrario, pedimos e como não recebemos no momento que queremos, agimos de nossa forma e colocamos tudo a perder. Uma das coisas que tenho aprendido que nosso maior inimigo é a nossa mente. Quando queremos fazer algo, não confiamos que o Eterno está no controle de todas as coisas e agasalhamos pensamentos de medo, de derrota e consequentemente atraímos muitas angustias e sofrimentos desnecessários. Quando queremos ou vamos fazer algo devemos primeiramente analisar se está no padrão das mitzvot, rezar, colocar para o Eterno o que pretendemos fazer e seguir em frente. Por exemplo: “Esta semana uma pessoa que conheço queria vender um carro, fez o anuncio, mas no prazo de uma semana não obteve um bom negocio. Então surgiu um negocio de troca. Entregaria o carro dele e acrescentaria um pouco de dinheiro para ficar com outro carro. O carro era muito bom, mas um carro que não é muito fácil vender. Ele ia fechar o negocio, mas colocou através de uma reza tudo diante do Eterno. Nisso, a outra parte, ligou para ele dizendo que teve um problema de saúde que deixaria para resolver tudo no outro dia. No entanto, no outro dia bem cedinho outra pessoa liga para ele e pede para comprar o carro à vista. E o negocio foi feito sem trocas, sem corretores, e no dinheiro”.

Alguns sábios dizem que Moshe não entrou na terra prometida porque aquela Terra seria conquista a força. Seria dada pelo Eterno, no entanto não seria barata, precisaria lutar. A pessoa que foi treinada a para isso era Yehosua.

Grandioso tempo que vivemos, hoje podemos entrar na Terra Santa, mas para entrar nela não podemos esquecer dos nossos antepassados, de onde viemos, dos sofrimentos que passamos, dos milagres que recebemos, até porque se chegamos até aqui foi porque o Eterno nos sustentou. Precisamos também saber que só há vida verdadeira através do nosso relacionamento com o Eterno. Muitas pessoas se preocupam em agradar as outras pessoas para serem aceitas por elas ou por que querem algo delas. Esquecem que a obediência aos Mandamentos do Eterno é que nos dá vida, sabedoria a ponto de ser luz para os povos. 

O Eterno não quer que soframos, não quer que fiquemos tristes, Ele anela que ‘O’ amemos por isso Ele diz, Shemá-Escute, não te associes à idolatria, destrua seus altares, não te apegues seus costumes. Precisamos destruir os altares da angustia, do medo, da rejeição, do orgulho, do comodismo, do popularismo, do esquecimento das mitzvot. Quantas vezes dizemos não para o Eterno quando preferimos agradar um amigo, um sócio, o companheiro, um filho. Antes de tomar a terra precisamos nos conscientizar de quem somos e o que queremos ser. Precisamos descontaminar dos títulos, ofertas, (não estou dizendo que não devemos ter tudo isso) o que não devemos é nos deixar seduzir a ponto de tornar isso uma idolatria.

Precisamos nos achegar ao Eterno e acender um fogo novo no nosso coração e na nossa nação. O fogo da teshuvá como está escrito em Yeshayahu 6: 7 “Ele tocou a minha boca com a brasa e disse:  – agora que esta brasa tocou os seus lábios, as suas culpas estão tiradas e os seus pecados estão perdoados.” Precisamos crer no impossível. Precisamos crer nas Suas orientações e estar dispostos a fazer a vontade dEle que na verdade é o melhor para nós. Precisamos derramar nosso coração diante do Eterno, voltar para Ele. Ele sempre quer ajudar, Ele não nos quer tristes, Ele quer nos levantar, Ele quer que saibamos que somos a linhagem escolhida para mudar a nação em que vivemos. Como disse Rabi Shimom: “ Construir uma morada para Deus no mundo físico”.

O Eterno tem um chamado para nós. Moshe continua suplicando para que sigamos as mitzvot, que amemos ao Eterno, que sejamos Um com Ele.  Esta é a geração que temos em nossas mãos. Nossos patriarcas e matriarcas, Moises, os profetas agiram na geração deles. Chegou a nossa vez de nos levantarmos e mudar. Nos como judeus não podemos ficar calados e acomodados à situação atual que vivemos.  Muitas vezes a situação está do jeito que está porque nos calamos. Não cumprimos os mandamentos, na verdade muitas vezes nem sabemos quais são. Não damos bons exemplos enquanto o mundo ensina diferente. Não estamos fazendo nada! Não tomamos uma posição para mudar e melhorar nossa vida, que dirá da nossa cidade e da nossa nação. Precisamos nos arrepender por estarmos inertes, calados. ‘Eterno, perdoamos, por termos ficados calados e inertes, por nos mesclamos tendo muitas vezes uma vida dupla – cumprindo os mandamentos somente quando é conveniente para nós, se comprometendo com o que não é correto. ’ Precisamos ser uma geração debaixo do Temor de D’us! Temos que deixar de fazer promessas que iremos mudar, precisamos concretizar essa mudança de acordo com os moldes da Torah. Nosso povo sofreu e sofre muito com o exilio espiritual e físico. A terra prometida está no nosso alcance, uma terra cheia de riquezas. Afinal, o consolo do Eterno é maior que a repreensão, precisamos deixar de morrer no deserto e isso depende de nós!

16 Av 5779
Anizia Ferreira

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