
PARSHAT JUKAT
junio 23, 2021
HAFTARÁ PARA BALAK (ES)
junio 27, 2021(16 de Tamuz 5781 – 26/06/2021)
A Haftará para Balak (que significa devastador) encontramos no livro do Profeta Michá/Miquéias no capítulo 5:6-15 e capítulo 6:1-8)
O profeta Michá nasceu em Morasti, no interior do Reino de Judá. Viveu no período de 735 a 710 AEC. Seu nome significa “semelhante ao Eterno”. Foi contemporâneo do profeta Isaias do Reino do Sul e Oséias do Reino do Norte. O profeta Isaias ministrou a reis, enquanto Michá ao proletariado, as pessoas mais humildes.
Nos capítulos primeiro e segundo ele profetiza as ameaças contra Israel e Judá, dizia que a Samaria iria ser destruída. Nos capítulos 3º ao 5º falava das ameaças contra os chefes e falsos profetas a deficiências de seus líderes, assim como no capítulo 4º a vocação dos gentios e no 5º a predição do nascimento do Messias e a instituição do Seu reinado. No Capítulo 6º enfoca a contenda do Eterno com o seu povo. No capítulo 7º traz a queixa do povo, o arrependimento.
A Haftará para Balak faz alusão a Parashá de Balak e como o Eterno não permitiu que Balak conseguisse seus maus intentos contra o povo dEle. Balak, o filho de Tsipor, rei de Moav viu através da sabedoria ‘humana’ o que Israel fez aos amoritas. Um rei que tinha capacidade intelectual para governar, com os melhores conselheiros. Cria em profetas que poderiam ser subornados para mudar sua derrota em vitória. Apesar de todo seu conhecimento não conhecia o Eterno. Como rei perspicaz deve ter investigado como agia seu inimigo, seus líderes e o povo que queria subjugar. Na sua investigação o que encontrou? Miquéias 1:5 explica: “Tudo isso por causa da transgressão de Jacó, e dos pecados da casa de Israel. Qual é a transgressão de Jacó? Não é Samaria? E quais os altos de Judá? Não é Jerusalém?” Ele encontrou idolatrias, feitiçarias, autoridades corruptas, falsos profetas e verdadeiros profetas, quanto a estes não os ouvia porque prediziam o arrependimento e castigo para aqueles que não obedecessem. Tudo isso o fez acreditar, como místico que era, que poderia enfraquecer e destruir o povo de Israel com o mínimo de esforço. Faria isso através do profeta Balac, contratando-o para amaldiçoar Israel.Com Balac, com seu ouro, sua prata e a corrupção do povo da nação de Israel ele obteria a vitória desejada por muitos reis. Não sabia ele, que a Terra Santa está debaixo o controle do Eterno, o Santo de Israel e não na força de cavalos ou de homens. Como diz o profeta Zacarias 4:6 “nem por força, nem por violência, mas pelo poder do Meu Espírito”.
Quando Miqueias fala de si diz: “Mas eu estou cheio do poder do Espírito do Eterno, e de juízo de força, para anunciar a Jacó a sua transgressão e a Israel o seu pecado”. No entanto, a Misericórdia do Eterno também o acompanhava quando declara “Ele lhe disse, ó homem, o que é bom e o que D’us quer de você. Apenas que você faça justiça, ame a bondade e caminhe humildemente com seu D’us (ao observar Suas Mitsvot). (Mq.6:8).
Faça Justiça, e o que é Justiça? Etimologicamente, vem do latim Justitia. Era a deusa romana que personificava a Justiça. Na Grécia era a deusa Dice. Esta tem os olhos vendados para que haja imparcialidade nos julgamentos. Tem na mão direita uma espada apontando para o alto e na mão esquerda uma balança. Para outros justiça é manter a ordem social através da preservação dos direitos em sua forma legal.
Para o filósofo Austríacos Hans Kelsem justiça é um julgamento subjetivo de valor que não pode ser analisado cientificamente.
Para os bioéticos o princípio da justiça estabelece como condição fundamental a equidade ética de tratar cada indivíduo conforme o que é moralmente correto e adequado, de dar a cada um o que lhe é devido.
Henry I Sobel diz no seu artigo ‘O Ano Novo Judaico’’ publicado na Folha de São Paulo do dia 30 setembro de 2000’ escreve:
“A palavra hebraica que expressa o conceito de caridade é “tzedaká”. “Tzedaká” significa justiça. Alimentar um faminto não é um ato de condescendência, não é na verdade um ato de caridade. É um dever de justiça. O objetivo de “tzedaká” é restituir a um ser humano a dignidade que Deus lhe deu. O que a tradição judaica está nos dizendo é que, quando se trata de alimentar quem está com fome, vestir quem está com frio e abrigar quem não tem onde morar, não se pode depender unicamente do sentimento humano. Faz-se necessário um ato de justiça.”
O Eterno nos pede que busquemos e façamos justiça. Não a justiça que vem acompanhada da vingança. Porque esta pertence ao Eterno. E sim, a justiça que retifica esse mundo. Retificar é buscar as características de nosso pai Avraham como está escrito em Pirkê Avot 5:19:
“Todo aquele que possui as três características seguintes é dos discípulos de Abraham, nosso patriarca: e as três características opostas, é dos discípulos do perverso Bilam. Os discípulos de Avraham Avinu possuem bom olhar, espirito humilde e alma dócil. Os discípulos do perverso Bilam possuem mau olhado, espirito arrogante e alma ambiciosa. Qual é a diferença entre os discípulos de Avraham Avinu e os discípulos de Bilam? Os discípulos de Abraham Avinu comem (gozam dos frutos de suas boas ações) neste mundo e herdam o Mundo Vindouro, conforme foi escrito: fazer com os que Me amam herdem um bem eterno (o Mundo Vindouro), e seus depósitos Encherei (neste mundo). Mas os discípulos do perverso Bilam herdam o Guehinom e descem ao abismo mais profundo, conforme foi dito; E tu, Deus, os atirarás ao abismo mais profundo; os homens sanguinários e traiçoeiros não viverão a metade de seus dias; mas eu confiarei em Ti.”
Podemos escolher de quem queremos ser discípulos. Quem escolhe ser discípulo de Bilam, terá um olho aberto, ouvirá a mula falar e ainda assim, terá que fazer a vontade do Eterno. Pode-se ser profeta da Benção ou da Maldição, (que o Eterno nos livre disso). Aquilo que escolher isso atrairá. Lembrando que um profeta representa todas as almas do seu povo. Qual profeta queremos? Aquele que é de acordo com o coração do Eterno ou aquele de acordo com o coração humano? A justiça chama o juízo e o juízo é oposto a santidade.
No livro Histórias do Rabi pg.355 nos explica:
“As palavras das Escrituras (Dt. 16.20): ‘A justiça, a justiça, seguirás’, o Rabi de Lublin as interpretou da seguinte maneira: – Se uma pessoa acha que se encontra na perfeita justiça e não precisa empenhar-se por mais nada, então a justiça não a conhece. É preciso persegui-lá incansavelmente e sem parar e, a teus próprios olhos, deves ser como uma criança recém-nascida, que ainda não fez nada. É esta a verdadeira justiça.”
O Eterno nos chama a fazer justiça, amar o bem e que observemos Seus Mandamentos. Que tenhamos um coração humilde para estudar e aceitar Seus ensinos e assim sejamos santos como Ele é Santo. Bendito seja o Eterno que até aqui nos sustentou não de acordo com Sua justiça, mas com Sua grandiosa Benevolência! Tudo pode ser mudado porque o Eterno é nossa Esperança. Hatikvah! Lembro as palavras do rei David: “Porque, somos estrangeiros diante de Ti, e peregrinos como todos nossos pais; como a sombra são nossos dias sobre a terra, e sem Ti não há esperança” I Cr. 29.15. Que possamos subir a Yerushalim em breve e nos nossos dias!
Baruch HaShem! (D’vorah -Anizia Ferreira)
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